quinta-feira, 21 de maio de 2020

KATULEMBÊ - ANGOLA


História e Cultura: Angola – nasce uma nação, sua origem e identidade
Katulembê
O surgimento do primeiro nativismo angolano


As primeiras idéias, a primeira consciência de rebeldia de nativismo aparece de certa maneira captada por estes contatos por estas inteligências em contato com o Brasil, quando se fala em nativismo esta palavra não aparece na Europa , aparece exatamente influenciada por uma corrente nativista brasileira.
 

Este conceito aparece em função primeiro no Brasil, e aparece no século XIX sobretudo a partir da Segunda metade surge um nativismo atuante mesmo quer dizer os primeiros jornais, os primeiros intelectuais, os primeiros africanos que criam jornais e ao mesmo tempo que escrevem como Cordeiro da Mata que escrevem, que criam gramáticas, criam dicionários de línguas nacionais sobretudo o kimbundu porque evidentemente era a área cultural o kimbundu em Luanda e que começam a pensar e a reivindicar, estes jornais são no primeiro momento jornais reivindicativos, a consciência tinha um certo limite, porque eles de certa maneira encontravam como obstáculo ainda o não conhecimento de uma Angola como um todo, era local e a reivindicação era local, a reivindicação da exploração, do racismo, das prioridades que davam aos colonos e não aos africanos, aos naturais, aos filhos da terras, começa-se haver a primeira autodenominação de naturais, de filhos da terra e depois de angolense – o primeiro jornal, (o jornal que existe hoje de imprensa alternativa Angolense é uma copia do titulo evidentemente do jornal do final do século XIX, começo deste século ” O Angolense” , a historia não se repete não tem nada haver uma coisa com a outra mas o Américo Gonçalves tem todo mérito de não fazer esquecer este jornalismo nativista , o primeiro que houve ao dar novamente o nome de Angolense um jornal atual ).
Então existe esta primeira consciência que não é uma consciência nacional ainda, mas é uma consciência nativa reivindicativa em relação aquilo que estava a suceder, neste final de século e começo deste século havia por acaso toda uma consciência, ainda é final de monarquia na Europa, em Portugal a potência colonizadora de um espírito de certa maneira liberal que permitia a legalização destes pequenos jornais existentes e a imprensa nativista em Angola foi representativa e ela deve ser recuperada historicamente para mostrar como ela foi atuante, eram pequenos jornais que as vezes tinha duração de meia dúzia de números e caiam por ai adiante, o Eco de Angola, O Negro e outros é interessante dizer que estes jornais não existiam só em Angola, em Moçambique, etc., mas também em Lisboa devido ao contingente de emigração muitas vezes nesta época a Lisboa no final do século passado, então também houveram jornais nativistas em Portugal ai não particularmente de Angola, Moçambique mas ao contrário mas reunindo as diversas colônias, eram jornais digamos de um movimento anti-colonial ou pelo menos reivindicativo ao nível das coloniais, estas união de Palops tem uma origem lá no século passado.
A primeira reivindicação que se opunha ao colonizador era questão racial, mas depois coloca-se a questão de princípios influenciadas esta imprensa que vemos recorrendo a leitura são reivindicativas de um espírito de um socialismo utópico do final do século passado, universalistas e as vezes chegam a dizer que não ” nós não queremos deixar de ser portugueses” chega-se a afirmar isto para se mostrar o espírito meramente reivindicativo mas não podemos admitir é que agente seja explorada, que seja discriminada racialmente, que seja explorados economicamente porque esta é a nossa terra ao mesmo tempo se reconhece os valores agora que tinham sido negados e continuaram a ser negados, os valores da terra, do ponto de vista lingüístico então é muito interessante porque estes jornais muitas vezes são bilíngüe tinham artigos em português todo rebuscado e depois o artigo em kimbundu.
Depois com a queda da monarquia e o começo da república ainda impera esta possibilidade de um espírito liberal durante algum tempo, mas logo com as mudanças que conduzem ao autoritarismo em Portugal começa a ser fechado nas décadas de 30/40 e começa a haver uma impossibilidade destas reivindicações e ao mesmo tempo também vai eclodir a 2º guerra mundial e ninguém esta separado e ninguém vive isolado dos acontecimentos, a segunda guerra mundial foi o momento de tomada de consciência de dizer porque que os europeus lutam, porque que nós somos colonizados, o que é ser nação, o que a nacionalidade e este questionamento ao mesmo tempo ligado a um autoritarismo cada vez maior e crescente nas coloniais e em Angola.
São os primeiros estudantes que vão fazer cursos em Portugal na década de 40 final da Segunda guerra mundial é o movimento que se espalha por toda África, os movimentos pan-africanistas, os movimentos culturais pois a primeira reivindicação é cultural , é o andamento para as questões políticas, aquela que vai construir esta consciência de pertencimento e de diferença em relação ao outro, em Angola podia se saber todos os nomes dos rios de Portugal, todas as linhas férreas que eram obrigadas a estudar em geografia e ninguém conhecia o monte mais alto de Angola ou do rio mais extenso.

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