sexta-feira, 25 de outubro de 2019

VOODOO / VODÚ


Vodu

Vodun ou Vodoun (ortografia Beninense; Vodun / Vodum no Brasil; Vodou, Vaudou ou outras ortografias foneticamente equivalentes no Haiti; Vodu ou Vudu). Em português aplica-se aos ramos de uma tradição religiosa teísta-animista baseada nos ancestrais, que tem as suas raízes primárias entre os povos Ewe-Fon da África Ocidental, no país hoje chamado Benin, anteriormente Reino do Daomé, onde o vodun é hoje em dia a religião nacional de mais de 7 milhões de pessoas. Além da tradição fon, ou do Daomé, que permaneceu na África, existem tradições relacionadas que lançaram raízes no Novo Mundo durante a época do tráfico transatlântico
África 
Vodou área original - línguas gbe.
Vodun da África Ocidental é chamado Vodun ou Vudun (assim escritas na língua fon do Benin e da Nigéria e na língua ewe do Togo e Gana; também escritas Vodon, Vodoun, Voudou, etc) é uma religião monoteísta tradicional da costa da África Ocidental, da Nigéria a Gana. É distinta das não-organizadas religiões animistas tradicionais, do interior desses mesmos países, bem como de diversas religiões muitas vezes com nomes semelhantes da diáspora africana no Novo Mundo, como o Vodou Haitiano, e semelhante ao Vudu da República Dominicana, Candomblé Jeje no Brasil (que utiliza o termo Vodum), Voodoo da Louisiana, e Santería em Cuba, que são sincretizadas com o Cristianismo e as Religiões tradicionais africanas do povo Congo, do rio Congo,do Pernambuco e de Angola.
Quando a palavra é maiúscula, Vodun, denota a religião. Quando não é, vodun, denota os espíritos que são centrais para a religião. "Voodoo" é o mais comum na ortografia da cultura popular americana.
Vodun é praticado pelos Ewe, Kabye, Mina, Fon, e (com um nome diferente) os povos Yorubas do sudeste do Gana, meridional e central Togo, meridional e central Benin, e sudoeste da Nigéria. A palavra vodún (pronunciado vodṹ - ou seja, com um u nasal em um tom alto) é o Gbe (Ewe-Fon) para a palavra espírito. Além do mais, este tal condinome, como podemos chamar, aparece em várias músicas, tais como: Voodoo Child, do cantor e guitarrista Jimi Hendrix, entre outras locais, mais encontradas na América Central.
Demografia 
Dos 60% da população do Benin, cerca de 4 ½ milhões de pessoas, praticam Vodun. (Isso não conta outras religiões tradicionais no Benim.) Além disso, muitos dos 15% da população que denominam-se cristãos pratica uma religião sincretizada, não diferente do Vodou haitiano ou Candomblé brasileiro; na verdade, muitos deles são descendentes de escravos libertos brasileiros que se fixaram na costa perto de Ouidah. Em Togo, cerca de metade da população indígena prática religiões, dos quais Vodun é de longe a maior, com cerca de 2 ½ milhões de seguidores; pode haver outros milhões de vodunsis entre os ewés de Gana: 13% da população de 20 milhões são ewe e de 38% de ganenses praticam religiões tradicionais. De acordo com o censo de dados, cerca de 14 milhões de pessoas prática religiões tradicionais na Nigéria, a maioria dos quais são iorubás praticando Vodun, é possível mas sem discriminação específica.
O termo voodoo em inglês vem da palavra vodun, que significa "divindade" ou "deus" no grupo dialetal ewe-gen-aja-fon do Golfo da Guiné — a oeste da localização contemporânea dos yorùbá. Há muitos séculos, saíram várias dinastias da cidade de Tado, atualmente no Togo. Tais dinastias fundaram os reinos de Allada, Daomé e Hogbonou ou Porto-Novo. Elas e seus súditos acabaram por falar diversos dialetos (Akindélé e Aguessy 1953, Pliya 1970, Capo 1984).
Para além do Benin, o vodun africano e as práticas que dele descendem podem ser encontrados na República Dominicana, Porto Rico, Cuba, Brasil, Haiti, Estados Unidos, Gana e Togo. A palavra vodun é a palavra Ewe-Fon para espírito.
Brasil 
História
A tradição e a cultura dos escravos de jeje, Ewe, Fon, Mina, Fanti, Ashanti, deram origem no Brasil às tradições conhecidas como:
Candomblé Jeje, teve início em Salvador e no Recôncavo baiano, nas cidades de Cachoeira e São Félix e outras, depois migrou para o Rio de Janeiro, São Paulo em maior número.
Tambor de Mina, ficou restrito a São Luís do Maranhão com a única casa de Jeje-Mina no Brasil que é a Casa das Minas.
Xangô do Nordeste, Xangô do Recife, Xangô de Pernambuco ou Nagô-Egbá ou Jeje-Nagô, teve início na Região Nordeste, uma parte migrou depois para outros estados.
Tambor do Golfo, Golfo corrente marinha.
Voduns
Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon, que criou a terra e os seres vivos e engendrou os voduns, divindades que a (Mawu é do gênero feminino) secundariam no comando do Universo. Ela é associada a Lissá, que é masculino, e também co-responsável pela Criação, e os voduns são filhos e descendentes de ambos. A divindade dupla Mawu-Lissá é intitulada Dadá Segbô (Grande Pai Espírito Vital).
Loko, É o primogênito dos voduns. Representado pela árvore sagrada Ficus idolatrica ou Ficus doliaria (gameleira branca).
Gu, Vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.
Heviossô, Vodun que comanda os raios e relâmpagos.
Sakpatá, Vodun da varíola.
Dan, Vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.
Agué, Vodun da caça e protetor das florestas.
Agbê, Vodun dono dos mares.
Ayizan, Vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.
Agassu, Vodun que representa a linhagem real do Reino do Daomé.
Aguê, Vodun que representa a terra firme.
Legba, O caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.
Fa , Vodun da adivinhação e do destino.
Os voduns na África são agrupados em "famílias" chefiadas por um vodun principal, ora representando um elemento ou fenômeno da natureza, ora da cultura. Existem basicamente 4 famílias principais:
Os Ji-vodun , ou "voduns do alto", chefiados por Sô (forma basilar de Heviossô).
Os Ayi-vodun , que são os voduns da terra, chefiados por Sakpatá.
Os Tô-vodun , que são voduns próprios de uma determinada localidade (variados).
Os Henu-vodun , que são voduns cultuados por certos clãs que se consideram seus descendentes (variados).
No Brasil os voduns são cultuados nos terreiros de Candomblé, sobretudo nos da Nação Jêje, onde ainda se conserva alguma lembrança da divisão por famílias.
Ritual
Voduns não usam roupas luxuosas não gostam de roupas de festa e geralmente preferem a boa e velha roupa de ração. As danças são cadenciadas em um ritmo mais denso e pesado. Os Voduns estão sempre de olhos abertos e salvo algumas exceções, conversam (usando preferencialmente um dialeto próprio) e dão conselhos a quem os procura.
Iniciação
A iniciação ao culto dos voduns é complexa é longa e pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados e períodos de reclusão dentro do convento ou terreiro hunkpame, que podem chegar a durar um ano, onde os neófitos são submetido a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência.
Hierarquia
Bokonon - Sacerdote do Vodun Fa equivalente ao Babalawo
Doté Sacerdotes (homens) da família de Sogbo e Doné Sacerdotisas (mulheres), esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá.
Noche - Sacerdotisas do Jeje-Mina
Vodunsi - após 1 ano da iniciação.
Kajekaji - iniciado que ainda não completou o ciclo de obrigações.
Cuba
A tradição Fon mais ou menos "pura" de Cuba é conhecida como La Regla Arará.
É importante notar que a palavra Voodoo é a mais comum, conhecida e usada na cultura popular americana, e é vista como ofensiva pelas comunidades praticantes da Diáspora africana. Entretanto, as soletrações diferentes deste termo podem ser explicadas como segue:
A palavra Voodoo é usada para descrever a tradição Creole de New Orleans, Vodou é usado para descrever a Tradição Vodou Haitiana.
Voodoo da Louisiana , também conhecido como New Orleans Voodoo é uma religião da Diáspora africana, uma forma de (Voodoo) espiritualidade que historicamente foram desenvolvidas falando na língua francesa e Creole pela população Afro-americana do estado de Louisiana nos Estados Unidos.
Haiti 
Bandeira Vodu
Vodou haitiano, chamado de Sèvis Gine ou "serviço africano" no Haiti, tem também fortes elementos dos povos Igbo, Congo da África Central, e o Yoruba da Nigéria, embora muitos povos diferentes ou "nações" da África têm representação na liturgia do Sèvis Gine, assim como os índios Taíno, os povos originais das ilhas agora conhecidas como Hispaniola. Formas crioulas de Vodou existem no Haiti (onde é nativo), na República Dominicana, em partes de Cuba, e nos Estados Unidos, e em outros lugares em que os imigrantes de Haiti dispersaram durante os anos. É similar a outras religiões da diáspora africana, tais como Lukumi ou Regla de Ocha (conhecida também como Santería) em Cuba, Candomblé e Umbanda no Brasil, todas essas religiões que evoluíram entre descendentes de africanos transplantados nas Américas.
Jamaica 
Obeah é uma forma de religião ou culto de ancestrais africanos praticado na Jamaica, Voduns.


ORÁCULOS BANTU


Oráculos Bantús
por Alexandre de Oxalá - Baba Alaíyé
17 Maio
Oráculos
Sistemas de adivinhação
Existem vários métodos de adivinhação, seja com dezesseis pedras retiradas do estômago de um crocodilo, utilizada em grande parte por tribos no interior da colônia de Serra Leoa, ou com dezesseis pedras comuns, feijão, nozes de palmeira, ou cawris. Isso explica a dezesseis sementes de palmeira correspondentes às doze casas do céu.
Nenhum dos sistemas adivinhatórios de origem Banto chegaram ao Brasil e os sacerdotes adquiriram da cultura yorubana o jogo de búzios.
Para se realizar tais práticas o sacerdote deve ser iniciado dentro dos ritos e ainda assim nascer para tal ato. Não cabendo assim de forma alguma ‘novos’ praticantes oriundos apenas pela leitura da forma de adivinhação descrita neste livro.
Ainda sim, existe a forma de jogo com os chifres e as mãos do consulente como respostas. Prática pela qual somente é feito após ter sido orientado pelo iniciador não sendo descrito adiante.
As práticas divinatórias acham-se extremamente espalhadas entre os Tongas. Envolvidos por tantas influências malfazejas, possuindo poucos ou nenhuns conhecimentos científicos e não tendo a noção de uma teologia, eles tentam obter respostas pelos diversos métodos que inventaram, e temos de admitir que chegaram, neste domínio, a um alto grau de habilidade. O seu intenso desejo de conhecer o que o futuro reserva está na base dos presságios e das práticas divinatórias.
Os Kamuku e os Gbari ou Gwari são povos vizinhos na província de Níger, ao norte da Nigéria. Entre os Kamuku, “para predizer o futuro”, metades de nozes de palmeira são agitadas dentro duma carapaça de tartaruga e depois apanhadas dentro da mão direita ou esquerda. elas são então contadas e, conforme fiquem na mão em número par ou ímpar, um sinal é feito no chão. Este procedimento é repetido oito vezes e se chega a uma significação de acordo com a combinação. Divinação com  metades de nozes de palmeira e um casco de tartaruga é comum entre muitas tribos, notadamente os Gwari.
Os povos do Caribe (particularmente os cubanos), pela impossibilidade de obterem o kesu, passaram a utilizar o coco em sua substituição, inclusive num tipo de jogo denominado "Oráculo de Biaguê", onde quatro pedaços de coco são usados em substituição aos quatro segmentos do kesu.
O casco da tartaruga são untados com uma base oleaginosa extraída da da semente de ricinus comunis, mel puro, raízes, além de elementos ritualísticos ao qual ninguém que não seja o adivinho poderá tocar.
Porção de coração de leão, pois este animal simboliza poder e dignidade.
Partes de patas, coração e a cabeça do urubu ou corvo. Pelo fato que a ave simboliza a visão superior do adivinho. É indispensável para a predição do futuro as partes deste animal.
O médium ou vidente com a intensão de aumentar sua facultade advinhatória consome o fruto tamarindo.
NGOMBO (Tupele twa mu Ngombo, Kioko) — 1. É uma pequena kinda (Kasanda) com objetos, dos mais variados e excêntricos, que a mente africana é fértil em conceber e destinada ao jogo de adivinhação. 2. Quando um dos convivas herdava um ngombo de um parente seu morto, mandavam o morto tomar conta do vivo e que, para já, faça-se a hamba ngombo, ou seja, espetavam no chão dois paus de mtilemba, em frente à porta da casa do vivo, degolava-se um galo e uma galinha e punham as cabeças em cada uma das extremidades dos paus. Desta maneira, acabavam-se os seus sofrimentos (BRASIO, s/a).
Outro nomes dados aos Ngombo e suas variações: Sisuka, Tupele, Ngombo, tizuka, sisalo, katwá, Lusangu, muiná, mbingá, maliya, kakuka, etc...
Ngombo é o cesto, certamente TUPELE é para Tchokwe (Kioko) o cesto advinhatório, sendo seu singular 'kapele' denominando cada ítem dentro do cesto.
Alguns livros relatam o 'cesto' Ngombo como simbolismo para todo um jogo onde compõem alguns elementos como: pedras, conchas e partes de animais. Incluem restos vegetais, cerâmicas, moedas, artefatos e estatuetas. Tal divinação cesta é chamado ngombo ya ya kusekula ou xisuka.
Para a iniciação a pessoa deve ser iniciado por um Nakabuna (sacerdote especialista em adivinhação) e só ele inicia um "Tahi" (adivinho de menor escala).
Os elementos que compõem essa forma oracular segundo pesquisas são: Chifre de antílope pequeno, pata dianteira de macaco, pangolim (semelhante ao tatu), pata de tamanduá, espinho de porco-espinho, dente de animal de caça envolvido num pano vermelho, unha ou garra de águia real, pata de kambangu, pena vermelha de um pássaro chamado Nduua, casco da tartaruga, pata de lagarto, cascas, lâminas, estátuas pequenas, quartzos, cabeça de camaleão, raízes, espelhos, pedras, cawris, cabeça de serpente, pemba, espiral de raízes, grãos, carcaça de animal marinho e garras e vários ossos de outros animais.
A cesta é confeccionada com uma raiz chamada ‘Kenge’.
Em Duala, a língua Bantu ao sul dos Camarões chamam-no "Ngambi" de "Ngan" o forte e "Nganja" sábio em ciencia oculta.
Dentre os métodos de adivinhação o Nganga (o feiticeiro) observa no sacrifício animal as moelas, fígado, intestino, veias, fibras, etc...
Os adivinhos, feiticeiros e curandeiros são conhecidos como: Nganga, Mubiki, Mumone, Musambo, Sudika Mambi, Kuma, Kisumba, Musakeri, Musakidi, Muxingidi, Mungombo uilenji, Mukunji, Mudiakimi, Mangaka, Mali-ala, Mandemtae, Mlauango-Songo, Mukuá-dibata, Munguolongesa, Isangoma (Zulu), Unguosakula,Umthakathi (bruxa zulu), Kimbanda, kambuna, Muzambudi e Muloji (feiticeiro destinado as práticas maléficas).
Vititi Mpaka Menso:
Se fixa a vista em um espelho ritualmente preparado num chifre de boi que em seu interior se introduz substâncias naturais para se conferir um caráter mágico. Resulta em uma adivinhação certeira quando bem ritualizado. Alguns materiais utilizados para o ritual: Coruja, papagaio, pica pau, chinchila, pitirre (pássaro que anuncia as coisas), cabeça de galo preto, uma moeda de prata, todo tipo de metal em pó, terras de vários locais, todo o tipo de pimenta, azougue, língua de galo, osso, folhas de tabaco, cinzas de tabaco, carvão natural, cabeça de cobra, dentes de javali, dentes de todo tipo de felino, cera virgem, ervas enteogêneas ou da divindade que regerá. Funcionará como os olhos da divindade, a essência. Quando é regido por Katendê se introduz olhos esquerdos de diversos animais. O chifre pode ser adornado com cawris. Os animais sacrificados ficam emcima do chifre e são posteriormente transformados em pó depois de secos. O uso de uma vela branca a frente do espelho é necessário na hora de sua
utilização. Podendo exercer os atributos da divindade regente emcima da cabeça do consulente para algum fim.
Fonte livro: Luvembo, raízes perdidas do fundamento Bantu.
(Registrado na Biblioteca Nacional do RJ)
No Brasil, não houve descendentes de qualquer tribo bantu que tivesse repassado o segredo de uma das várias formas oraculares. Então o Candomblé de Angola/Brasileiro assimilou ao seu culto o jogo de búzios yorubano.
Ngombo (Tupele twa mu Ngombo, Kioko)
É uma pequena kinda (Kasanda) com objetos, dos mais variados e excêntricos, que a mente africana é fértil em conceber e destinada ao jogo de adivinhação. Lançando um conjunto especial de ossos simbólico ou um conjunto de artigos selecionados simbólicas como, por exemplo, usando o osso da asa de um pássaro para simbolizar a viagem, uma pedra redonda para simbolizar um útero grávido, e um pé de aves para simbolizar o sentimento.
Outro nomes dados aos Ngombo e suas variações: Sisuka, Tupele, Ngombo, tizuka, sisalo, katwá, Lusangu, muiná, mbingá, maliya, kakuka, etc...
Outro oráculo da tribo congolesa Songye é o katatora ou ketola. Onde uma imagem semelhante ao Deus Janus é consultado através de um atrito.
Do verbo kutotola, significa bater em alguma coisa várias vezes para se obter algo.
Quase metade dos adivinhos Yaka são do sexo feminino: a transmissão matrilinear de habilidades divinatórias é através de ambos os sexos, que é de (classificatória) é irmão da mãe para o filho da irmã ou filha.
Makakata (hakata no singular) e Dzithangu (thangu em xona no singular)
Durante todo centro sul da África, instrumentos de adivinhação em forma de "dados" pequenos tabletes de madeira ou osso têm sido usados ??por um longo período, um conjunto de terem sido encontrados em Khami no Zimbabué, que data de cerca do século XVII.
Feitos de madeira (os maiores) e marfim (os menores).
Gbekre (Baule)
É um oráculo provavelmente de origem Guro e é uma das várias técnicas de adivinhação utilizado na sociedade Baule, que é praticado no leste e central da Costa do Marfim por povos de língua Agni, que incluem o Guro e Yaure.
Os jinganga passam vários anos dominar esta técnica de adivinhação.
O material do gbekre está contido dentro de um vaso de terracota no interior de um cilindro oco de madeira. Ossos de pássaros e morcegos.
Os camundongos são colocados na câmara baixa e passar pelo buraco no cenáculo, no qual o adivinho colocou dez pequenas varas (originalmente, pássaros ou morcegos ossos foram usados). Os pauzinhos, chamados nyma gbekre (literalmente, "os olhos dos ratos"), são revestidas com farinha e anexado em uma extremidade com a fibra da casca de uma tartaruga de terra.
Ngombo Galukoji
É um oráculo da tribo Pende. Instrumento de adivinhação congolesa.
Confeccionado em Madeira, bambu, penas, fibras, pedras, sementes arbrus, pós.
Medidas; 39,4 x 96,5 centímetros (15 1 / 2 x 38 polegadas).
Para o Nkobo, outras divindades podem também fazer parte do sistema adivinhatório e mesmo as regentes, dependendo de como foi confeccionado. Exemplo; Mukumbi nem sempre é a divindade oracular, mas ela também é muito difundida e usada na confecção do oráculo.
Este método de adivinhação consiste em um sistema aberto analógico em que o uso é feito de um conjunto variado de figuras ( L: atupeel, atupeedi ) e substâncias de origem animal e vegetal ( maamp ngoomb MA ).
Apesar de ser a maioria os homens a titularidade de advinho dos oráculos Bantu. A mulher tem seu papel nos 'Bayaka'.
Vititi Mboko: É pouquíssimo conhecido na América este sistema oracular por ter um caráter complicadíssimo, dado que seu ritual de fundamento não se transmitiu aos novos iniciados e que consta de um cesto com uns 70 utensílios como ossículos de animais, sementes, cawris, estatuetas em miniaturas, etc...
Vititi Chamalongo: Oráculo conhecido também como ‘bianguê’ e ‘kesu’ onde são usados 4 pequenas conchas que tem em suas parte convexas e umas pequenas manchas.
Vititi Kunda: Método oracular pouco usado dos advinhos Bakongos. De onde se usa um pequeno instrumento musical de nome ‘kunda’. O antropólogo Wyatt McCaffrey que o nome kunda está relacionado com o verbo ‘saudar ou homenagear’ e que parece se referir aos espíritos como papel mediador. Não leva espelhos e sinos em sua composição.
Vititi Nkobo: Outro sistema advinhatório Bantu também conhecido como: Vititi Nkobo, Sandu,
Kumulenga, xabalão, kanomputo e Ndungi.
 Sistema de advinhação: Os elementos são caroços de dendezeiro, sementes, folhas, ossos, cawris e vários elementos côncavos que representam um olho de Katendê.
Se recita o kuboka ua nkobo antes de iniciar o jogo fazendo 3 libações de água a Mavambu. São pedaços de caroços de dendezeiro partidos ao meio lembrando um olho ao qual o patrono deste jogo é Katendê. Se lavam em ervas em flor de laranjeira, folhas de algodeiro, salvia, folhas de orô, hortelã, folhas de guiné, manteiga de cacau (ori), babosa e os sacrifícios correspondentes como 2 pombas, deixando por 4 dias os caroços e os 2 cascos de tartarugas pequenos, assim como também o restante do material envolvidos em morin branco. As águas usadas são de rio e chuva de primavera. Pode ser jogado numa esteira no chão ou num tabuleiro medindo 3,5 cm e diâmetro de aproximadamente 50cm. Nos 4 lados se talha um simbolismo representando os 4 mundos principais.
Cada caída tem um significado numérico que correspondem a divindade regente. Esse significado numérico conhecido por ‘letras’
Se pergunta aos mortos e aos jinkisi aonde se deve levar as oferendas e se estão satisfeitos com o sacrifício oferecido. O sistema se vê com cinco palavras nada mais.
Se fecha a mão esquerda com os materiais advinhatórios e com a mão direita se toca a terra 3 vezes rezando o Kuboka ua Nkobo.
Se mentaliza o nome do Nkisi ao qual deseja perguntar.
Para conhecer as caídas se deve saber como estas caídas estão sendo para direita ou esquerda do chifre do bode ou antílope postos ao centro representando o infinito.
Se sabes na direita o números de Nkobo que cai em branco e na esquerda.
Quando os olhos caem virados os quatros para cima significam paz e positividade na questão respondendo Lembá e Nzaze.
Quando 3 olhos caem virados para cima e somente um para baixo, responde duvidoso e se a pergunta se repete e cai a mesma jogada, confirma ser duvidoso a questão. Respondem Mukumbi, Mikaiá, Nzaze e Mukongo Mbila.
Quando 2 olhos caem para cima e 2 para baixo responde a confirmação de Lembá para a questão em definitivo.
Quando 3 olhos caem fechado e apenas 1 aberto virado para cima responde desgraça e mau algouro. Os mortos respondem e também Matamba, Mavambu, Nsumbu, Nzingalubondo, Nzaze e Kiangu.
Quando os 4 olhos caem fechados para baixo responde intervenção judicial, desgraça e morte.
Se retorna a perguntar e se repetir o jogo a resposta é drástica tendo então que acender uma vela branca para os mortos e refrescá-los com água. Respondem Nzaze e Matamba.
Se jogam duas vezes para saber a direção que se dá ao jogo. Se é direita ou esquerda.
Quando caem em linha todos abertos significam um bom caminho, mesmo sendo direita ou esquerda.
Se cai um aberto e outro fechado por cima significa que a mulher tem mais de um homem.
Duas caídas abertas uma sobre a outra significa uma amizade entre duas mulheres.
Três ou quatro ‘nkobo’ na mesma posição significam homens que andam juntos e se pergunta que tipo de amizade os une.
Um nkobo aberto emcima de outro; mulheres. Se dois caem fechado um sobre o outro é briga de homens.
O de cima quer vencer o que está abaixo.
Se três caem abertos um sobre o outro significa relação entre mulheres e se caem fechados relação entre os homens e debilidade de caráter. o nkobo que estiver ao centro significa o pior e poderá ser processado pela justiça. Nesse caso se pergunta novamente.
Antes de recitar o kuboka ua nkobo, recitar a Nkukualunga
Nkukualunga tata kamuenhú monhi 2x
Ngana ia dilenga monhi
Nkukualunga ia dilenga monhi
Kuboka ua Vititi Nkobo :
Vititi Nkobo kupesa nsambu na mono, Vititi Nkobo mu Kuzola Kumonaka
Akilelenu kuene iambote (Que a luz seja boa)
Auhaxi kuene kutululuka (Que doença seja calma)
Amavambu kuene kutululuka iambote (Que mensageiro seja calmo e bom).
Nzambi ua kuatesá (Casa de Deus com fartura)
Nzambi ivua o kiriondo kiami (Deus escuta a minha súplica)
Akiami nzo ki kizangu (Que minha casa não entre trajédia)
Mbe Kana kala Fua (Que não haja morte)
Mbe Kana kala kulandulula kua manhinga (Que não haja derramamento de sangue )
Mbe Kana kala makutexi (Que não haja perdas)
Mbe he tena kudikoloxa niukexilu (Que se possa enxergar com clareza)
Mbe Kana Kuata mauhaxi nzo (Que não tenhamos doente na casa)
Mbe Kana kuata mulonga nzo (Que não tenhamos desavenças na casa)
Mbe Katende ngi nzela kudikoloxa ni e Tala (Que Katendê me permita enxergar com seu olho)
Kondos regentes:
01 Yosi
02 Yole
03 Itatu
04 Iya
05 Ifanu
06 Isabami
07 Isaboarê
08 Inana
09 Ifwa
10 Kumi
11 Kumi Yosi
12 Kumi Yole
13 Kumitatu
14 Kumi Iya
15 Kumi Ifanu
16 Kumi asabami
17 Kumi Inana
18 Kumi Inana
19 Kumi fwá
20 Yole kumi
21 Yole kumi yosi
OBS: Para sacerdotes que estão dentro do culto de origem Bantu poderá ser feito a iniciação para o oráculo NKOBO.
* O período de preparação para a montagem, fundamentação e execução até o momento de se poder jogar ao consulente é de 9 meses.
* Todos os animais necessários e utensílios para o oráculo são de responsabilidade do sacerdote que deseja obter este sistema adivinhatório.
* Não é iniciado a este sistema oracular para sacerdotes de outras culturas que não seja de origem BANTU.
* Neste sistema oracular, é essencial que o sacerdote tenha o assentamento de Katendê.
Parte integrante do livro:
Luvembo, raízes perdidas do fundamento Bantu
Registrado na Biblioteca Nacional, Palácio Gustavo Capanema

Célia Cristina Martins Almeida
Aprendi mais um pouco.

Olorún Modupé.

IPADÊ DE EXÚ


O padê é uma cerimônia do candomblé e de religiões de origem ou influência afro-brasileira, na qual se oferecem a Exu, antes do início das cerimônias públicas ou privadas, alimentos e bebidas votivas, animais sacrificiais etc., na intenção de que não perturbe os trabalhos com seu lado brincalhão e que agencie a boa vontade dos orixás que serão invocados no culto. Também conhecido como despacho (de Exu).

Procedimentos 

Tem início obrigatoriamente com o padê de Exu, do qual muitas vezes se dá uma interpretação falsa, particularmente nos candomblés banto: Dizem Exu é o diabo, poderá perturbar a cerimônia se não for homenageado antes dos outros deuses, como aliás ele mesmo reclamou 
Para que não haja rixas, invasões da polícia (nas épocas em que havia perseguições contra os candomblés,"Estado Novo"), é preciso pedir-lhe que se afaste; daí o termo de despacho, empregado algumas vezes em lugar de padê, despachar (significando mandar alguém embora).

Exu é, na verdade, o Mercúrio africano, o intermediário necessário entre o homem e o sobrenatural, o intérprete que conhece ao mesmo tempo a língua dos mortais e a dos Orixá. É pois ele o encarregado - e o padê não tem outra finalidade - de levar aos Orixás da África o chamamento de seus filhos do Brasil.

O padê é celebrado pela Iyamorô que é auxiliada por duas das filhas-de-santo mais antigas da casa, a dagã e a sidagã, ao som de cânticos em língua africana, cantados sob a direção da iyá têbêxê e sob o controle do babalorixá ou iyalorixá, diante de uma quartinha com água e um alguidá contendo o alimento de Exu, um outro recipiente com o alimento favorito dos ancestrais. Embora o padê se dirija antes de tudo a Exu, comporta também obrigatoriamente uma cântiga aos mortos (Essá) ou para os antepassados do candomblé, alguns dentre eles sendo mesmo designados por seus títulos sacerdotais. A quartinha, o recipiente e o alguidá serão levados para fora do barracão onde se desenrolará o conjunto de cerimônias.Sendo um dos primeiros rituais executado, tem como objetivo principal retirar o Ajé (Energias negativas) e reverenciar os ancestrais, Eguns, Egunguns, Baba Eguns, em especial as grandes mães Yamins, Oshoronga, Opaoka e Aje Shaluga. Este ritual tem como participante ativo as Yagans, Yamoros, ajemudas e Kirijebos que são cargos específicos para a proteção espiritual do terreiro.


A festa propriamente dita pode então ter começo.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

MERINDILOGUN


Merindilogun ou Merindelogun - vem da palavra Erindinlogun e a tradução é dezesseis, sistema utilizado na África pelos yorubás algumas vezes chamado de dilogun (abreviatura de merindilogun), entregue ao sacerdote no ritual de oyê depois da obrigação de odu ejé.

É um dos muitos métodos divinatórios utilizado pelos Babalawos, Babalorixás e Iyalorixás que conta com 16 búzios. É um método diferente do jogo de búzios, pois nele ocorre a interpretação das caídas dos búzios por odù e (cada odù indica diversas passagens) de acordo com a mitologia yorubá.

No merindilogun, antes do arremesso dos búzios é Ifá o intermediário, quando eles caem dando a quantidade, o intermediário passa a ser Exu Elegba, que sempre acompanha Ifá. As caídas são dadas conforme a quantidade de búzios abertos e fechados resultante de cada arremesso. A resposta para cada quantidade de búzios abertos e fechados, corresponde um Odù e como ocorre no Opele-Ifa, esse odù deve ser interpretado, transmitindo-se ao consulente tanto o significado da caída, quanto o que deve ser feito para solucionar o problema.

Caída de Búzios 

Opon Meridilogun.
Um búzio aberto - Okaran
Dois búzios abertos - Ejiokô
Três búzios abertos - Etaogundá
Quatro búzios abertos - Irosun
Cinco búzios abertos - Ôxê
Seis búzios abertos - Obará
Sete búzios abertos - Ôdi
Oito búzios abertos - Êjioníle
Nove búzios abertos - Ossá
Dez búzios abertos - Ôfun
Onze búzios abertos - Ôwarin
Doze búzios abertos - Êjilaxeborá
Treze búzios abertos - Êjilobon
Quatorze búzios abertos - Iká
Quinze búzios abertos - Obéogundá
Dezeseis búzios abertos - Êjibé
História 

Em 1830 em Salvador, Bahia, eram raros os que tinham a função do jogo de búzios por odu, que era consultado apenas para os desígnios do plano divino, diferente do tempo atual que é procurado para resolução de vários tipos de problemas inerentes aos conflitos existenciais, e a busca de conhecer seus procedimentos, e que encanta não só ao povo do santo.

O jogo de búzios instituído no Brasil contribuiu para a organização do candomblé, sofrendo transformação para ser utilizado pelas mulheres e no futuro, por todos os dirigentes de candomblés que vieram a ser formados. Esta nova modalidade foi feita por Ìya Nàsò e Bàbá Asikan que depois de libertos da escravidão, viajaram para a África e voltaram depois de sete anos. Esta simplificação tornou-se menos complexa, promovendo uma mudança radical de status religiosos. A autoridade dos antigos Bàbáláwo e Bokonun que ocupavam a hierarquia máxima sacerdotal na África, desapareceu aqui no Brasil, tornado os Babalorixá e Iyalorixá independentes, dirigentes de seus próprios terreiros de candomblé. Ficando apenas o costume daquele que joga intitular-se Bàbáláwo, embora indevido, pois este título é aplicado somente para quem joga o Ifá ou Opele-Ifá.


Por outro lado os sacerdotes de nações Bantos que já tinham seu próprio jogo de búzios e não eram orientados pelas caídas de Odu, nessa ocasião passaram a mesclar seu jogo, ora por caída ora por Odu, mas muitos deles optaram por continuar usando seus métodos de jogo, mantendo suas tradições.

CULTO DE IFÁ


Opon Ifá - Arte de África


Religiões Africanas Santeria Palo Arará Lukumí Regla de Ocha Abakuá Obeah

O Culto de Ifá é oriundo das Religiões tradicionais africanas, ligado ao Orixá Orunmilá-Ifá da religião yoruba. Com a ida destas culturas para Brasil e Caribe, nos períodos do tráfico negreiro, alguns sacerdotes (chamados babalawo (yoruba) e Bokono (ewe/fon).) foram levados para estes países, estando ligados às religiões Candomblé (Brasil) e Santeria através da Regla de Ocha (Cuba).

O culto de Ifá é um sistema divinatório, empregado na África e nos países para onde foi disseminado para decisões de cunho religioso ou social. Utiliza três técnicas diferentes (Opelê, Ikins e Merindilogun), que têm em comum os Odú-Ifá, os signos.

As mulheres também podem ser iniciadas no culto, quando passam a ser chamadas apetebis (esposas de Orunmilá), mas os sacerdotes - babalawôs - sempre são homens heterossexuais, sendo vedado às apetebis jogar Opelê ou Ikins. O Merindilogun é o jogo dos OBAORIATES sendo permitido as mulheres a usarem o EKURÓ. As pessoas ebomis que não são iniciadas em Ifá usam o OBANIKA.

O Culto de Ifá tem um rígido e complexo sistema de conduta moral relativo a seus adeptos, expresso no Odu Ikafun, onde surgem os dezesseis mandamentos de Ifá.

Os primeiros a escreverem sobre Ifá no Brasil, obras publicadas em português foram sacerdotes Umbandistas. W. W. da Matta e Silva, conhecido como Mestre Yapacani já descrevia em 1956 um dos inúmeros sistemas de Ifá em suas obras. Seus discípulos, Francisco Rivas Neto (Mestre Arapiaga) e Ivan H. Costa (Mestre Itaoman) escreveram, nos anos 90, obras descritivas sobre o oráculo.

Bibliografia 

BASCOM, William: Ifa Divination: Communication Between Gods and Men in West Africa
William R. Bascom: Ifa Divination: Traduzido
ISBN 0253206383]
William R. Bascom: Sixteen Cowries: Yoruba Divination from Africa to the New World
ISBN 0253208475]
William R. Bascom: Ifa Divination - Indiana University Press - Bloomington and Indianapolis
ISBN 0-253-32890-X]
ISBN 0-253-20638-3 (pbk)]
The Sacred Ifa Oracle - Afolabi A. Epega and Philip John Neimark - Harper San Francisco
ISBN 0-06-250309-X (pbk)]
ISBN 0-06-251230-7 (cloth)]
Ifa - African Gods Speak - The Oracle of the Yoruba in Nigeria - Christoph Staewen - LIT Verlag
ISBN 3-8258-2813-1]
Prandi, Reginaldo - Reedição de Caminhos de Odu, (Org.) os odus do jogo de búzios, com seus caminhos, ebós, mitos e significados, conforme ensinamentos escritos por Agenor Miranda Rocha em 1928 e por ele revistos em 1998. RJ, Pallas, 2001.
Ivan H. Costa: Mestre Itaoman "Ifá o orixá do destino"
F.Rivas Neto: Mestre Arapuagha "Umbanda a Protosíntese Cósmica"
W.W. da Matta e Silva: mestre yapacani "Umbanda de Todos Nós e coleção"


Myths of Ífè (em inglês) , por John Wyndham, 1921, disponível em www.sacred-texts.com Comtém a narrativa yoruba da criação do mundo.
Informações relacionadas com o Património Cultural Intangível
Ase Omo Odùdúwà-África
Revista de Antropologia-Enciclopédia Afro-Cubana
Religião Tradicional Africana
Culto de Ifá em Osogbo
Wande Abimbola


segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Iniciação Ifá


Babalawo africano.
Babalawo (em yoruba: bàbáláwo pronúncia babalauo) é o nome dado aos sacerdotes exclusivos de Orunmilá-Ifá do Culto de Ifá na religião yoruba, das culturas Jeje e Nagô. Estes não entram em transe, sua função principal é a iniciação de outros babalawos, a preservação do segredo e transmissão do conhecimento do Culto de Ifá para os iniciados.

Na África 

O babalawo ("pai ou senhor dos segredos") ou (pai, no conhecimento das coisas materiais e espirituais) é o porta-voz de Orunmilá. A iniciação de um babalawo não comporta a perda momentânea de consciência que acompanha as dos orixás. Não se trata de ressuscitar no inconsciente do babalawo o "eu perdido", correspondente à personalidade do ancestral divinizado. É uma iniciação totalmente intelectual. Ele terá de passar por um longo período de aprendizagem de conhecimentos precisos em que a memória, principalmente, entra em jogo. Precisa aprender uma quantidade enorme de histórias e de lendas antigas, classificadas nos duzentos e cinquenta e seis Odùs ou signos de Ifá, cujo conjunto forma uma espécie de enciclopédia oral dos conhecimentos tradicionais do povo de língua yoruba.

No Brasil 

Com a vinda dos escravos para o Brasil, entre eles vieram alguns babalawos, mas não deixaram seguidores e a história de como o culto se perpetuou no país ainda não foi estudada em profundidade.

No entanto, temos conhecimento de muitos nomes: Martiniano Eliseu do Bonfim (1859-1943), também conhecido como Ojé L’adê, foi o grande precursor do retorno às raízes africanas e da busca de elementos capazes de fortificar as práticas religiosas dos negros ex-escravos. Considerado o "último Babalawo do Brasil" dos que vieram inicialmente.

O professor Júlio Braga analisa como esse processo de re-africanização das religiões afro-brasileiras na Bahia termina por reforçar o conceito de pureza nagô e alimentar o prestígio dos candomblés do povo de ketu, da nação yoruba. "O redescobrimento da África acontece inicialmente com Martiniano do Bonfim (como era mais conhecido) que vai em direção aos yorubas da Nigéria, com quem conviveu durante 11 anos", destaca no livro Na gamela do feitiço - repressão e resistência nos candomblés da Bahia.

Tendo por volta dos 14 anos de idade (aproximadamente em 1875), Martiniano Eliseu do Bonfim faz uma viagem com o pai à África e aí aperfeiçoa seu yoruba e inglês, que aprende numa escola de missionários ingleses. Quando volta ao Brasil, 11 anos depois, Martiniano já é um babalawo. "As leituras de Martiniano em Lagos sobre as tradições yorubas, além de vasto corpo de tradição oral, com que sem dúvida se familiarizara, é que lhe permitiram recriar os títulos de Obá de Xangô", conclui Braga.

Com a dispersão ocasionada pelo tráfico de escravos na África, diversos cultos praticamente desaparecem em seus locais de origem. Em 1886, o Ketu foi completamente destruído pelas guerras contra Abomey e o culto ao orixá Oxóssi, tão importante na Bahia, tornou-se aí praticamente esquecido.

Um comentário de Pierre Verger, citado por Mestre Didi, no livro Axé Opô Afonjá, dá conta da surpresa do rei de Osogbo ao presenciar um ritual para Oxum no Opó Afonjá. Ele "se mostrou impressionado pelo profundo conhecimento que ainda se tem na Bahia dos detalhes do ritual do culto àquela divindade", conta. O próprio título de Iyá Nassô de Mãe Senhora "é um posto destinado em Oyo, à sacerdotisa encarregada do culto a Xangô, no interior do Palácio do Àláàfin de Oyó", completa Mestre Didi, que era filho carnal de Mãe Senhora.

Rodolfo Martins de Andrade ou Bangboshê Obitikô era babalawo africano; Manuel Rodolfo Bangboshê Martins, o comerciante e traficante de escravos, segundo pesquisas indica ser a mesma pessoa. Leodovico, Joaquim Obitikô, Faustino Dada Adengi, antigo mestre Bojé, Felisberto Sowzer, conhecido como (Benzinho), filho de Maria Julia Andrade Sowzer, criado em Lagos, veio para o Brasil com o sobrenome Sowzer (corruptela de Souza) e foi um dos mais famosos babalawos no Brasil.

Na história, Tio Agostinho, vivendo nas Quintas das Brotas; Leodovico; Tio Beneditino; Joaquim Obitikô, original de Pernambuco; Faustino Dada Adengi, antigo mestre de Bojé. Em Recife também houve babalawos famosos: Vicente Braga (Atêrê Kanyi), seu filho Joaquim (Aro Moxégilema), Cassiano da Costa (Adulendju), João de Almeida (Gogosara), seu filho, Cláudio (Bangboshê ou Oya-di-pe); João da Costa (Ewé Turo, Osso Odubaladje), Tio Lino (Abeleiboja), José Bagatinha (Ogunbii), enfim, Alanderobê e outros; donde que se tem conhecimento foram os últimos babalawos.

Pierre Edouard Leopold Verger, fotógrafo francês que veio para o Brasil em 1946 foi também iniciado em Ifá na África como Awófãn e Ketu (Daomé), em 1953, tornando-se Fatumbi, "renascido em Ifá". Profundo estudioso e conhecedor das culturas e religiões tradicionais africanas e religiões afro-brasileiras, Pierre Verger é autor de inúmeras obras de referência sobre o assunto, foi um fotógrafo e etnólogo autodidata franco-brasileiro. Assumiu o nome religioso Fatumbi e que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo da diáspora africana - o comércio de escravo, as religiões afro-derivadas do novo mundo, e os fluxos culturais e econômicos resultando de e para a África.

Outro Sacerdote, dedicado ao Merindilogun e muito respeitado foi o professor Agenor Miranda Rocha, angolano de nascimento. Iniciado aos 5 anos de idade por Mãe Aninha, iyalorixá fundadora dos Terreiros Ilê Axé Opô Afonjá de Salvador e do Rio de Janeiro. Pai Angenor vivia no Rio de Janeiro, trabalhando como professor. Foi autor de muitos livros importantes para a compreensão do Oráculo de Ifá no país.

Agenor Miranda Rocha, o Pai Agenor, (Luanda, Angola, 8 de setembro de 1907 — Rio de Janeiro, 17 de julho de 2004) foi um babalorixá do Candomblé. Era professor catedrático aposentado do Colégio Pedro II, estudioso e adivinho do candomblé, o brasileiro que mais conheceu a herança e a cultura afro-brasileira.

Renascimento

Até o que se têm conhecimentos a partir da década de 90, com a vinda de babalawos africanos e cubanos, houve um renascimento do culto de Ifá no Brasil. Em 22 de março de 1992 consagrou-se o primeiro "Barco" de Ifá no Rio de Janeiro, na periferia de Zona Oeste Bairro Campo Grande, pelas tradições de Cuba, pelo babalawo cubano Awó ni Orunmilá Ifá By Omó Odu Ogunda Kete Rafael Zamora Diaz. Seus integrantes eram Lúcia Petrocelli Martins, tendo recebido o cargo de primeira Iyápetebi ni Orúnmilá Omó Odu Ogbe-Yono no Brasil pelas tradições de Cuba, seu esposo Adilsom de Oxalá (Adilsom Antônio Martins), Awó Fakan Ogbe-Bara – atualmente Babalawo Ifáleke Awó ni Orúnmilá Omó Odu Ogbe-Bara, José Roberto de Souza (Awó Fakan Iwori-Otura), Claudemiro Barbosa Costa Filho (Awó Fakan Otura-Ojuane), Alberto Chamarelli Filho (Awó Fakan Obara-Kana) atualmente Babalawo Ifáladê Awó ni Orúnmilá Omó Odu Odisá, Roger Candido de Oliveira (Awó Fakan Osa-Irete) e Alexandre Araújo Cavalcante (Awó Fakan Otura-Bara).

Todos consagrados pela liturgia Cubana, pelo Babalawo Rafael Zamora Dias Oni Shangô Obá koin, Awó ni Orunmilá Ifá By Omó Odu Ogunda kete, consagrando logo seguida em Cuba o primeiro babalawo, em 21 de agosto de 1992, o brasileiro Alberto Chamarelli Filho, Omó Shangô Àláàfin Oyó, Awó Ni Òrúnmilá Ifá Ladê, Omó Odu Odisá Odiso.

Hoje já existem muitos babalawos iniciados em Cuba e no Brasil, outros tiveram que viajar para a África para se iniciarem e com isto originando um interesse renovado pelo Culto de Ifá no Brasil. Recentemente se tem notícia de babalawos Africanos e Cubanos que vieram para o Brasil com a finalidade de abertura de casas Templo do Culto de Ifá. Adilson de Oxalá, Adilsom Antônio Martins Awó Omó Odu Ogbebara, brasileiro, foi iniciado como consta acima Awófakan pelo Babalawo Cubano, Rafael Zamora Diaz Ogunda Kete, que criou o grupo msn e Adilsom de Oxalá, atualmente Awó Ni Orúnmilá Ifáleke Omó Odu Ogbe-Bara, fundou o Grupo MSN Obi Ordem Brasileira de Ifá

Adilson de Oxalá, publicou inúmeros livros sobre Ifá, sendo o mais conhecido: Igbadu a Cabaça da Existência, Lendas de Exu, 666 Ebós e muitos outros no prelo. Tendo realizado plenamente a sua iniciação intelectual, Adilsom Antônio Martins, iniciou-se como babalawo pelas mãos do Sacerdote africano Babalawo Adisa Arogundade Adekunle, passando a usar seu nome iniciático: Babalawo Ifáleke Awó Ni Orunmilá Omó Odu Ogbebara.

O Babalawo Alberto Chamarelli Filho, Omó Shangô Àláàfin Oyo, Awó Ni Òrúnmilá Ifá Ladê, Omó Odu Odisá Odiso, fundou o Grupo MSN, Olófin-Olórun-Olodumare Ifá e Mistérios e Ilê Ashé Shangô Àláàfin Oyó, em São Conrado, Bairro Zona Sul do Rio de Janeiro.

Ver: Ifá

Os primeiros a escreverem sobre Ifá no Brasil foram sacerdotes umbandistas. W.W. da Matta e Silva, conhecido como Mestre Yapacani já descrevia em 1956 um dos inúmeros sistemas de Ifá em suas obras. Seus discípulos, Francisco Rivas Neto (Mestre Arapiaga) e Ivan H. Costa (Mestre Itaoman) escreveram, nos anos 90, obras descritivas sobre o oráculo. A tradição africana de Ifá só chegou ao Brasil via africanos e cubanos muito mais tarde.

Cuba 

Na Santeria um babalawo ou "pai do segredo" é o equivalente a um Sacerdote. Ele é capaz de fazer rituais e interpretar oráculos. Além disso um babalawo é também um líder espiritual e aconselhador das pessoas que ele iniciou na religião. Originalmente, o babalawo era o ancião de sua tribo na África. Em Cuba, durante o período colonial, o seu papel mudou.

Um babalawo agora não necessita ser um ancião para executar suas tarefas; muitos são jovens, iniciados muito cedo. De fato, muitos babalawos cubanos estão em seus vinte ou trinta anos. Hoje temos no Brasil inúmeros babalawos cubanos e também brasileiros, pois no geral, todos os sacerdotes de Ifá, assim o são chamados.

Alguns vieram para o Brasil, praticando aqui seu culto: Oluwó Wilfredo Nelson Erdibre em Guaratiba, Oluwó Pedro Oshebara em Grajaú etc.

Estados Unidos 

Oyotunji African Village - Carolina do Sul

 

Após duas iniciações ("mãos"), e sob a obediência a rígidos códigos morais, o babalawo recebe o direito de utilizar o Opele-Ifá (ou Rosário de Ifá) e os ikins (sementes de dendezeiro - igui ope, em yoruba). O Merindilogun (Jogo de búzios) é franqueado também às apetebis (mulheres iniciadas no Ifá) e aos Awófakans (aqueles que receberam a "primeira mão"). Alguns babalawos recebem o título de Oluwó.

Babalaô 

A palavra babalaô é uma corruptela de babalawo da língua yoruba, usada inicialmente em virtude de aportuguesamento de palavras estrangeiras por escritores e leigos em religiões tradicionais africanas em várias localidades do mundo.

Referências

http://bamikole.no.comunidades.net/ Oluwo Bamikole, chefe dos babalawos do Ejemu, Ijero Ekiti - Nigéria,
Quem, ou o quê, é um Babalawo?(em inglês)


Fundação Pierre Verger - A cultura Afro-brasileira
A Genese, Cosmos "Segundo relato de: Baba Fasina Falade, Olubikin de Ilé-Ifé e membro do Conselho Internacional da Religião de Ifá.


sábado, 17 de agosto de 2019

HIERARQUIAS NO CANDOMBLÉ




Hierarquia no Culto de Ifá 

Babálawó ou Iyánifá Sacerdote do Orixá Orúnmilá-Ifá do Culto de Ifá.
Após duas iniciações ("Mãos"), e sob a obediência a rígidos códigos morais, o Babálawó recebe o direito de utilizar o Opele-Ifá (ou Rosário de Ifá) e os ikins (sementes de dendezeiro - igui ope, em yorubá). O Merindilogun (Jogo de búzios) é franqueado somente aos Obaoriates e os Awófakans (Aqueles que receberam a "primeira mão")são chamados também de Olwós. Às Iyápetebis (Mulheres iniciadas a Ifá) usam o jogo de buzios chamados Ekuró. As omoIfas também usam. Os BabaIfas, que são da rama brasileira, onde as cores são o azul claro e branco.

Hierarquia no Culto aos Egungun 

Masculinos:

Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alagbás),
Alagbá Sacerdote (Chefe de um terreiro),
Ojê (iniciado com ritos completos),
Ojê agbá (ojê ancião),
Atokun (ojê que guia de Egum),
Amuixan (iniciado com ritos incompletos),
Alagbê (tocador de atabaque).
Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.

Femininos:

Iyalode (responde pelo grupo feminino perante os homens),
Iyá egbé (lider de todas as mulheres),
Iyá monde (comanda as ató e fala com os Babá),
Iyá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora),
Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun).
Outros oiê: Iyale alabá, Iyá kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.

Assogba Supremo sacerdote do culto de Obaluaiyê
Babalosanyin: Responsável pela colheita das folhas.
Hierarquia no candomblé Ketu 

Iyá / Babá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
Iyalorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.
Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.
Iyamorô: ou BabamorôResponsável pelo Ipadê de Exu.
Iyaefun ou Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iaôs.
Iyadagan e Ossidagã: Auxiliam a Iyamorô.
Axogun sacerdote responsável pelo sacrificio dos animais. Dependendo do caso, no ritual de iniciação, este sacerdote pode "virar" no santo e assumir outro cargo, ja que axogun é um ogan.
Iyabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.
Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
Iyatebexê ou Babatebexê: Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé.
Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
Iyalabaké: A guardiã do alá de osaala.
Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia.
Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um egbomi.
Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do egbe (similar a relações públicas).
Otun e Osy Axogun são os auxiliares do Axogun
Apokan responsavel pelo culto de Olwuaye e o Olugbajé

Hierarquia do candomblé Jeje 

Os vodunsis da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné

No Jeje-Mahi

Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sogbô
Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá
No Jeje-Mina Casa das Minas

Toivoduno
Noche
No Kwé Ceja Houndé

Gaiaku, cargo exclusivamente feminino
Ekede
Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.

Hierarquia do candomblé Bantu 

Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo

Tata Nkisi - Zelador.
Mametu Nkisi - Zeladora.
Tata Ndenge - pai pequeno.
Mametu Ndenge - Mãe pequena(há quem chame de Kota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
Tata NGanga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
Kambondos - Ogãs.
Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
Tata Kivanda - Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher mestrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não mestruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de prefer~encia ser uma senhora de idade e que não mestrue mais.
Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa(ndemburo = runko).
Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
Tata Nganga Muzambù - babalawo - pessoa preparada para jogar búzios.
Kutala - Herdeiro da casa.
Mona Nkisi - Filho de santo.
Mona Muhatu Wá Nkisi - Filha de santo (mulher).
Mona Diala Wá Nkisi - Filho de santo(homem).
Tata Numbi - Não rodante que trata de babá Egun(Ojé).

Sacerdotes na África 

BANTU (ANGOLA-KONGO).

Kubama..................adivinhador de 1a categoria.
Tabi....................adivinhador de 2a categoria.
Nganga-a-ngombo.........adivinhador de 3a categoria.
Kimbanda................feiticeiro ou curandeiro.
Nganga-a-mukixi.........sacerdote do culto de possessão (Angola).
Niganga-a-nikisi........sacerdote do culto de possessão (Kongo).
Mukúa-umbanda...........sacerdote do culto de possessão (Angola-Kongo).

Divisão Sacerdotais no Brasil 

Angola - língua quimbundo - Kongo - língua quicongo

Mam’etu ria mukixi......sacerdotisa no Angola.
Tat’etu ria mukixi......sacerdote no Angola.
Nengua-a-nkisi..........sacerdotisa no Kongo.
Nganga-a-nkisi.........sacerdote no Kongo.
Mam’etu ndenge..........mãe pequena no Angola.
Tat’etu ndenge..........Pai pequeno no Angola.
Nengua ndumba...........mãe pequena no Kongo.
Nganga ndumba...........pai pequeno no Kongo.
Kambundo ou Kambondo....todos os homens confirmados.
Kimbanda................Feiticeiro, curandeiro.
Kisaba.................pai das sagradas folhas.
Tata utala..............pai do altar.
Kivonda.................Sacrificador de animais (Kongo).
Kambondo poko...........sacrificador de animais (Angola).
Kuxika ia ngombe........Tocador (kongo).
Muxiki..................tocador( Angola).
Njimbidi................cantador.
Kambondo mabaia.........responsável pelo barracão.
Kota....................todas as mulheres confirmadas.
Kota mbakisi............responsável pelas divindades.
Hongolo matona..........especialista nas pinturas corporais.
Kota ambelai............toma conta e atende aos iniciados.
Kota kididi............toma conta de tudo e mantém a paz.
Kota rifula.............responsável em preparar as comidas sagradas.
Mosoioio................as (os) mais antigas.
Kota manganza............título alcançado após a obrigação de 7 anos.
Manganza.................título dado aos iniciados.
Uandumba................designa a pessoa durante a fase iniciatória.

Ndumbe..................designa a pessoa não iniciada.

PAJELANÇA


Encantaria, Terecô, Mata ou Encantaria de Barba Soeira, é uma forma de pajelança afro-ameríndia, praticada sobretudo no Piauí, Maranhão e Pará. Em seus rituais, são cultuadas diversas divindades de origens diversas, tais como africanas (Voduns e certos Orixás), indígenas (O Raio, o Sol), católicas (o Deus único, o Espírito Santo e a Virgem Maria) e brasileiras (os Encantados e os Caboclos).

Diferente da Umbanda, na qual as entidades são espíritos de índios, escravos, etc, que desencarnaram e hoje trabalham individualmente (geralmente usando nomes fictícios), na Encantaria, as entidades não são necessariamente de origem afro-brasileira e não morreram, e sim, se "encantaram", ou seja, desapareceram misteriosamente, tornaram-se invisíveis ou se transformaram em um animal, planta, pedra, ou até mesmo em seres mitológicos e do folclore brasileiro como sereias, botos e curupiras. Na Encantaria, as entidades estão agrupados em famílias e possuem nome, sobrenome e geralmente sabem contar a sua história de quando viveram na terra antes de se encantarem.

Encantaria Piauiense 

O Piauí, devido a proximidade com o Maranhão, principalmente Teresina, que fica na divisa dos dois estados e muito próxima da cidade de Codó (Capital Mundial da Feitiçaria), recebe muita influência do Tambor de Mina e da Encantaria Maranhense, além da tradicional Umbanda. Em Teresina é possível encontrar mais de 500 terreiros de cultos afro-brasileiros.

A Encantaria Piauiense é fortemente ligada ao catolicismo popular. No Piauí, os crentes repetem várias vezes certa quadra rogatória de purificação. Depois o Pai-de-Santo dança em volta da guma no centro de um círculo formado por todos os dançantes que giram em torno de si mesmos da direita para a esquerda em volta do mestre. Cânticos são entoados para que algum moço (espírito) se aposse de seu aparelho (filho ou filha-de-santo) e cante sua doutrina, dançando em transe.

Lavagem das Escadarias da Igreja São Benedito

Todos os anos no mês de novembro, integrantes de vários terreiros de Umbanda, Candomblé e Tambor de Mina, fazem o ritual de lavagem das escadarias da Igreja São Benedito no centro de Teresina. A igreja foi escolhida por ter um belo adro com cruzeiro e escadarias, além de ser bem centralizada tendo bastante visibilidade, tendo sido construida por mão de obra escrava, e por fim, pelo fato de São Benedito ser o padroeiro dos negros.

A lavagem das escadarias da Igreja São Benedito em Teresina geralmente faz parte da programação em comemoração ao Dia da Consciência Negra.

Festa de Iemanjá em Teresina

Todos os anos em fevereiro, vários fiéis ocupam o antigo cais do Rio Parnaíba no centro de Teresina, levando velas azuis, flores brancas, água de cheiro e outros presentes para agradar Iemanjá, tida como a Mãe d'água (folclore) pelos cultos afro-brasileiros.

A deusa das águas também é homenageada às margens do Rio Poti, na zona nobre de Teresina.

Encantaria Maranhense 

O Estado do Maranhão é o berço de uma outra forma de umbandismo. A encantaria é presente em praticamente em todo o estado, tendo atravessado as fronteiras do Maranhão e chegando a estados vizinho como o Piauí e o Pará. Mas, a verdade é que muitas entidades da encantaria de mina do Maranhão já pode ser encontrada em tendas de todo o Brasil. Os maiores centros de encantaria são as cidades de São Luís, Codó, Caxias, e Cururupu, todas no Maranhão , e também Teresina no Piauí e Belém do Pará.

Os encantados do Maranhão estão agrupados em famílias, tem nomes próprios e contam suas histórias de quando viveram na Terra. Eles dizem que estar encantado é como viver em um mundo congelado, pois eles vêem as coisas acontecerem ao redor, mas ninguém pode vê-los, eles estão invisíveis. Os lugares onde eles se encontram encantados fazem referências a diversas coisas e lugares do estado como as matas de Codó, o boqueirão, ilhas e a famosa Praia dos Lençóis, onde se encontra o Reinado do Rei Dom Sebastião.

Rei Sebastião e o Touro Encantado dos Lençóis 

O touro encantado da Praia dos Lençóis Maranhenses é um grande touro negro, com uma estrela brilhante na testa, que aparece misteriosamente em noites de sexta-feira. Dizem que Dom Sebastião aparece na praia na forma do touro negro. Se alguém conseguir atingir a estrela e ferir o touro, o reino será desencantado, a cidade de São Luís irá submergir e aparecerá uma cidade encantada com os tesouros do rei."

Alguns dizem que Dom Sebastião costuma aparecer principalmente em junho, durante as festas do bumba-meu-boi, e em agosto, época do aniversário da batalha de Alcácer-Quibir. Dizem também que atualmente o Rei Sebastião já não está mais aparecendo porque “a Praia dos Lençóis está sendo muito visitada e já possui muitos moradores”.

"Afirma-se que as dunas de areia da Praia dos Lençóis têm semelhanças com o campo de Alcácer-Quibir, onde el rei dom Sebastião desapareceu. Lençóis é considerada uma praia encantada, que serve de morada a Dom Sebastião. Seu reino está oculto no fundo do mar, próximo aquela praia. O rei vive em seu palácio submerso e seu navio nunca encontra a rota para Portugal.

Conta-se ainda que tudo o que existe em Lençóis pertence ao Rei Sebastião e que ninguém pode se apropriar do que é seu. Quem tentar levar alguma coisa que pertence à praia terá que devolver o quanto antes, sob pena de arriscar a própria vida e a de todos os seus companheiros. O barco pode afundar e levar todos para a morada de Dom Sebastião, identificada como o Reino ou Palácio de Queluz (embora este só tenha sido construído no século XVIII, na cidade de Sintra, muito depois de sua época).

Num dos cânticos do Tambor de Mina, o Rei Touro é lembrado: "Rei Sebastião, guerreiro militar. Rei Sebastião, guerreiro militar. E quem desencantar lençol, põe abaixo o Maranhão".

Nesse culto, diz-se que, na praia dos Lençóis, mora toda uma família de encantados, formada apenas por reis e fidalgos, como a Família da Turquia, chefiada por um rei mouro, Dom João de Barabaia, que lutou contra os cristãos. É a esta família que pertence a Bela Turca, a Cabocla Mariana, que vem ao mundo não apenas na forma de turca, mas também como marinheira, cigana ou índia.

A vinda do Rei Dom Sebastião ao corpo de um sacerdote é muito rara, alguns falam que ocorre de sete em sete anos.

Literatura

J. Reginaldo Prandi, André Ricardo de Souza: Encantaria Brasileira: O Livro dos Mestres, Caboclos E Encantados (Google Books), Pallas Editora, 2001
Referências

Crenças e rituais
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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

O OLIMPO INDÍGENA

Quais são os nomes de alguns deuses indígenas??

No início, criou Tupã os céus, o espaço ilimitado, os mundos habitados, a terra, os mares e os abismos eternos. Tudo era envolto em névoa tenebrosa e fria.

Por este tempo travou-se no elevado céu, a grande e feroz batalha entre o BEM (Tupã) e o MAL (Anhangá). Então, saiu o poderoso senhor da eternidade a combater juntamente com outros deuses contra o cruel senhor da morte. Tupã alcançou a vitória e lançou o terrível inimigo nas profundezas da terra. Com o impiedoso Anhangá, foram também lançados nos mundos subterrâneos: Jurupari que ficou sendo o mensageiro do deus cruel; Ticê, que se tornou esposa do senhor das trevas; Xandoré (ave falconídea), o deus do ódio; Caramurú e Boto; Abaçaí e Guandirô e muitos angás também foram atirados nos infernos.

Um dia Tupã, o poderoso deus, desceu até o centro da Brasília Terra e fez nascer as flores, os frutos, as grandes florestas, os rios e os mares, os répteis, os animais e os homens mortais, com espírito imortal. Neste trabalho, o sábio deus foi auxiliado por Sumá (deusa da agricultura) e por Icatú (deus da beleza).

Santificou também o monte Araçatuba que ficou sendo a morada das divinas Parajás. E, em seguida, dividiu o universo em três partes: Os Céus, a Terra e os Infernos.

A Terra também foi dividida em quatro partes: a Terra propriamente dita, os Mares, os Rios e as Florestas.

Para cada uma destas divisões foram designados deuses. Mas era Tupã que orientava, fiscalizava e exercia o domínio do universo.

DEUSES DOS CÉUS

Os deuses dos céus são:

Peurê, Catú, Mutim e Nháa;

Jaci (deusa da Lua), Rainha da Noite e dos homens, que foi esposa de Tupã;

Anhum (deus da música), o deus melodioso que tocava divinamente o sacro Taré;

Caramuru, o deus dragão, que podia ser tanto bom quanto cruel, era o deus que presidia as ondas revoltas dos grandes oceanos;

Rudá, o deus do amor;

Tambatajá (um deus de amor e protetor de todos os perigos);

Polo, o deus dos ventos e mensageiro de Tupã;

Sumá, foi ela que ensinou a arte da agricultura aos tupis;

Caupé, deusa da beleza, Afrodite-indígena;

Jururá-Açú, conta uma lenda, que por ter libertado o deus infernal, tornou-se a única deusa que podia entrar e sair livremente dos infernos. Tupã castigou esta linda deusa transformando-a em uma tartaruga;

Tainacam, a deusa das Constelações;

DEUSES DA TERRA

Caapora, deus guardião dos animais;

Catú, o deus outonal;

Mutin, o deus da primavera;

Peurê, o senhor do verão;

Nhará, que preside o inverno;

Guaipira, a deusa da história;

Picê, a deusa da poesia;

Biaça, a deusa da astronomia;

Açutí, a deusa da escrita;

Arapé, a deusa da dança;

Graçaí, a deusa da eloqüência;

Piná, a deusa da simpatia;

Parajás, deusas da honra, do bem e da justiça;

Aruanã, o deus da alegria e protetor dos Carajás.

DEUSES DO INFERNO

Anhangá, deus das trevas, deidade suprema dos Infernos;

Ticê, esposa de Anhangá;

Guandirô, era o deus da noite, que bebia o sangue dos homens;

Xandoré, deus do ódio, lançador de raios, relâmpagos e trovões;

Tiriricas, deusas do ódio;

Pirarucú, o deus do mal que mora no fundo das águas. Conta-se que ele casou com Yara e dessa união nasceram vários monstros;

DEUSES DAS ÁGUAS SALGADAS E DOCES

Boto, deus dos abismos e dos mares. Ele era um deus violento e irritável, não somente agita às águas, mas também manda dos abismos dos mares, terríveis monstros que atormentam os homens, contudo era também, o protetor das aleegres e felizes viagens fluviais ou marítimas. No fundo do grande rio, que era o Amazonas estava o seu palácio, a sagrada Loca;

Yara, a deusa dos serenos lagos;

As formosas Juruás;

A lendária nereida Açaí.

O Monte Iiapaba para os Tupis, era sinônimo de céu, onde os deuses julgavam a alma dos mortos.

DEUSES DAS FLORESTAS

Curupira, deus protetor das matas;

Abeguar, deus do vôo;

Saci, o deus negro que vivia sempre alegre e outros semideuses de segunda ordem comandados pela encantadora Araci, a deusa da aurora e das madrugadas. Foi ela que fez nascer o lendário Juazeiro.
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Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto
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