domingo, 14 de junho de 2020

OS ANIMAIS NOS MÉTODOS DE ADIVINHAÇÃO




História e Cultura: Os animais nos métodos de adivinhação

Lecy Picorelli

Métodos de adivinhação são extremamente freqüentes nas sociedades tribais em todos os continentes. São constituintes importantes na cosmologia destes povos e portanto seu estudo torna-se uma das maneiras mais eficientes de apreensão do universo cultural a que pertencem.

É o “fato social total” de Durkheim, ou seja, um fato social cujo estudo revela a totalidade da cultura. Seu simbolismo é muito rico e se apóia em materiais os mais diversos que vão de objetos manufaturados, plantas e búzios a partes de animais ou animais inteiros e seus comportamentos em circunstâncias específicas: entre os índios das Américas é comum a interpretação do comportamento dos pássaros – alguns remanescentes passaram para as sociedades complexas como presságios, aviso de chuva etc., comum entre nós; na África, um dos continentes mais ricos em métodos de adivinhação, o uso de animais é mais freqüente do que em outras regiões.

A adivinhação é uma constante, por exemplo, entre as culturas Bantu da África Central – sobretudo nas etnias Chokwe, Lwena, Lucazi, Lunda, Ndembu, Ovimbundu, Ngangela, Lwimbi, Nyemba e Rotse – veremos alguns exemplos da etnia Cokwe de Angola – o “NGOMBO” ou arte da prática adivinhatória.

Os Chokwe distinguem três categorias de especialistas que podem intervir em seus problemas: o ADIVINHO, o CURANDEIRO e o FEITICEIRO.


O primeiro, o Adivinho interpreta os fatos primariamente em função de forças positivas. O segundo, o curandeiro é um prático que tem grande conhecimento do poder curativo de plantas e de como usá-las ritualisticamente. O terceiro, o feiticeiro lida com forças negativas que ele manipula contra suas vítimas.O adivinho lida diretamente com o espírito dos ancestrais, principalmente o dos grandes chefes fundadores dos grupos.

Estes espíritos são venerados de diversas maneiras sendo a mais característica o exercício de uma atividade profissional, ou seja, um indivíduo consagrado a um espírito deverá exercer a atividade profissional que o espírito exercia.

O adivinho é um dos maiores exemplos disso: exerce esta atividade em honra do espírito ancestral a que é consagrado e o exercício mesmo desta atividade é seu maior ato de veneração. Os feiticeiros, lidando com as forças do mal, são a causa das doenças e uma constante ameaça à população.

Alguns autores chegam a afirmar que a atividade do adivinho é comparável à de um detetive psicológico que deve pesquisar e descobrir as feitiçarias. Isto dá um grande status ao adivinho e no caso dos Chokwe, este status é reforçado pelo fato de que normalmente o adivinho é o próprio chefe da aldeia.

A coragem de denunciar o feiticeiro demanda uma boa dose de prestígio assim como grande conhecimento das forças ocultas em ação. Para isto a iniciação tem papel fundamental: somente após uma severa iniciação o adivinho será reconhecido.

A iniciação consiste de sacrifícios aos ancestrais e meses de aprendizado com o adivinho iniciador.

Ngunzu, como é conhecida esta arte na região, significa tanto o cesto usado na adivinhação quanto o espírito do ancestral que preside os atos de adivinhação, que ajuda o adivinho a adivinhar.

Vários símbolos são usados neste cesto. Símbolos animais são abundantes: o adivinho escolhe certas espécies animais e relaciona seus comportamentos com os problemas concretos trazidos pelos clientes.

A razão da escolha de certas espécies é difícil de explicar. Muitas vezes, aos animais reais são atribuídos traços que os torna fantásticos ou monstruosos, portanto simbólicos e adequados à interpretação adivinhatória.

Existem também as restrições que envolvem animais, principalmente os que fazem parte do grupo usado nas adivinhações.

Por exemplo: quando um caçador caça um leão (mwanangana na adivinhação), uma pantera (cisenga) ou um tamanduá (njimbo), lhes são interditadas as relações sexuais por três dias porque estes animais “são como pessoas” – o leão e a pantera simbolizam o chefe da terra e o tamanduá, que habita em buracos na terra, são como mortos, isto é, seres humanos.

PARTES DE ANIMAIS USADAS NOS CESTOS ADVINHATÓRIOS


- pequeno chifre de antílope – o movimento balanceado com relação a pontos brancos e vermelhos pintados no cesto, respondem sim/não (bem/mal) a questões formuladas na sessão.

- pata dianteira de macaco – sua aparição é um bom presságio, o problema vai se resolver.

- pangolim - (um animal parecido com um tatu) – usado para males femininos.

- pata de tamanduá – símbolo do passado, tudo o que está perdido no tempo.

- espinho de porco-espinho – sua aparição na borda do cesto significa algo muito negativo.

-“o espírito do caçador” – caçar é uma atividade muito valorizada e particularmente perigosa, por isso todas as suas interdições rituais. Aqui é usado o dente de um animal abatido em caçada, envolto em tecido vermelho.

A aparição deste dente na borda do cesto significa exigências do espírito ancestral quanto ao exercício da caça.

- garra ou unha da águia-real (a maior águia africana) – indica que o problema é causado por feitiçaria.

- pata de um animal chamado kambango – indica manifestação do mal

- pena vermelha de um pássaro chamado nduwa – problemas relacionados com os mortos.

- carapaça da tartaruga – proteção ao ato adivinhatório.

- pata de lagarto das chuvas – denuncia amores secretos.

- cabeça de camaleão – doenças causadas por feitiçaria.

- cabeça de serpente – o mal foi causado por uma cobra enviada por um feiticeiro.

- búzio (carapaça de animal marinho) – usado em questões de gravidez/fecundidade.- são usados ossos, chifres e garras de vários outros animais.

Todos estes elementos são colocados no cesto adivinhatório (um pequeno cesto de palha – quase como um chapéu de palha, com o fundo decorado com pele de gato selvagem ou outros animais, às vezes com casco de tartaruga ou com cabaça).

Na sessão, este cesto é “sacudido” e os elementos que aparecem por cima são interpretados. O cesto é sacudido várias vezes de acordo com o diálogo entre o adivinho e o cliente.

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CONFECÇÃO DE UM NKISI



História e Cultura: Confecção de um Nkisi
Tata Giamba

No princípio, todo Nkondi de nkisi é feito por dois integrantes da comunidade e trabalham junto. Um é o escultor cujo trabalho é esculpir uma figura que aparece cheio de força, e o outro é um nganga, um perito em rituais.
O nganga soma substâncias e materiais que dão para esta figura seu espírito e poder. De acordo com uma autoridade nomeada Nsemi Isaki, nkisi “é o nome de uma coisa nós usamos para ajudar um homem quando ele está doente e de qual nós obtemos saúde; o nome se refere a folhas e medicamentos combinados juntos”. O nganga sabe o poder, positivo e negativo, de muitas substâncias naturais.

Ele cria pacotes de medicamento que contêm misturas complexas e então prendem alguns deles ao redor do pescoço da figura e inserem outros no recipiente que é sua barriga. Nsemi Isaki disse, “medicamentos colocados em um nkisi são … forças em seu corpo para ajudar a trabalhar”. O nkisi é como é mas se falta medicamentos, não podem fazer uma coisa. Assim, o nkisi tem medicamentos, eles são sua força, e suas mãos e pés e olhos. Por causa disso, o nkisi é usado pela comunidade, com o passar do tempo adquire muitas lâminas, cunhas, e mais medicamentos. Assim, realmente é a criação de muitas mãos, que cada um soma a seu poder.

Fonte: As observações de Nsemi Isaki foram registradas 1900 ao redor, e pode ser achado em John M. Janzen e o livro de Wyatt MacGaffey, Um fio de Antologia Religião de Kongo: Textos primários do Baixo Zaire (Lawrence, A Universidade de Publicações de Kansas em Antropologia, 1974).





sexta-feira, 12 de junho de 2020

DESIGNAÇÕES DE NZAMBI PARA CULTURA BANTU




História e Cultura: As várias designações de Nzambi para os Bantu
Mam’etu Nibojí (*)

Muitos são os nomes por que os diversos povos bantos designam a Deus: Nzambi, Kalunga, Mulungu, Mukuvu, Muvangi, Umbumbi, etc.
Alexandre Lê Roy, servindo-se de notas do P. Sacleux, explicou filologicamente as noções que os Bantos têm de Deus pelo nome que lhe dão. A primeira grande série de qualificativos anda à roda do infinito ku-amba, que quer dizer falar, agir. A mesma noção se encontra noutros radicais: umba, vanga, panga, lunga…, mais no sentido de fabricar.

Uma secunda série é a que tem eza por raiz. Pode traduzir-se por ter autoridade, ter poder. Outra é a raiz ima (viver). Finalmente, uma última expressão, Mungu, Mulungu, que se traduz por O do Alto, O do Céu…

Vê-se por isso que, etimologicamente, pelas várias denominações de Deus, Ele é essencialmente criador e senhor do mundo.

Não se pode dizer que, para a maioria dos Bantos, Ele não seja providente, mas essa providência é sui generis. O Banto preocupa-se essencialmente com os espíritos, com a magia. Só a título de exceção reclama diretamente a ajuda de Deus. Deus está no Céu, é ens in se, que não se preocupa com as criaturas, sejam elas espíritos, homens, animais, vegetais ou minerais. A vida quotidiana do homem recebe, sim, mas é a influência de uma força mística, dos espíritos.

Os Congos bavílis chamam a Deus Nzambi-Mpungu (criador de tudo), que delegou os seus poderes em três espíritos, um dos quais preside aos mares, outro aos rios e o terceiro as florestas. Fazem-se representar na terra, cada qual, por seu nganga, que é o sacerdote da religião.

Os Cabindas bavílis admitem a existência de vários deuses, o primeiro dos quais é Nzambi, cuja maior influência se faz sentir na geração humana. O Bunzi, deus da chuva, vive debaixo da terra…

Para os Jingas, Nganga-Nzambi é ente supremo e princípio do bem; Nvunji é o gênio do mal.

Os Bachicongos (Congos impropriamente ditos) e os Bassossos têm Nzambi por ente supremo, princípio do bem, criador de tudo e de influência preponderante na vida como na morte dos homens e dos gados.

Para os Maiombes, todos os feitiços estão subordinados a Nzambi, todo poderoso, razão de todos os fenômenos destituídos de explicação racional. Samu via Nzambi (coisas de Deus) dizem.

O Nzambi dos Baiacas e Bussurongos é essencialmente bom, criador de todas as coisas, fonte de todos os bens.

Os Bassucos distinguem-se entre Nzambi a Mpungu, do sexo masculino, e Kamona Maueze, fêmea. É este último que impõe a obrigação de não tocarem nos feitiços “estrangeiros” (kufunduka) e de respeitarem a Kijila (tabu de não comerem certos alimentos).

Para os Bangalas, Nzambi é um Deus poderoso e bom, criador do céu e da terra e de tudo o que se vê. Que governa a chuva, o sol, a lua, o raio e o trovão. É Ele que lhes dá a riqueza, a saúde e o bom êxito nas querelas. Nganga-Nzambi é o Deus da geração, o Ngola é o Deus da família.

Quiocos, Lundas e povos afins têm a Nzambi como ente supremo, criador e senhor do mundo. Também O designam por Kalunga. Contudo, predominantemente e em geral, chamam a Deus, Nzambi, Mukulu Nzambi (O Grande Deus).

Também os povos do distrito de Cuanza-Sul O denominam Nzambi ou Njambi. O povo de Nano e parte dos nativos de Benguela-a-velha, porém chamam-Lhe Suku.

É por este nome que também as tribos bimbundas e os Nhanecas-Humbes tratam a Deus. Estes últimos também empregam outras expressões: Huku, Kalunga, Ndiambi. Mas em geral é o primeiro termo.

Os povos do Sul e Sudoeste, de uma maneira geral, chamam a Deus de Kalunga. Os Ambos assim O chamam, embora em termos arcaicos empreguem em locuções proverbiais e poéticas O designem também por Pamba, Namongo e Mbangu. O grupo nhaneca-humbe usa também chamar-Lhe Huku e Suku. Entre os Hereros, o vocábulo Ndiambi (O remunerador, O Benfeitor) é empregado no conto e muitas vezes em aposição como de Kalunga: Kalunga Ndiambi.

Segundo Pettinen, citado por Carlos Estermann, os Dongas admitem que Kalunga tinha um filho de nome Musivi, o qual teria existido dias antes da criação do mundo. Embora a maioria dos velhos afirme que Musivi é omuna kua Kalunga (filho de Deus), a sua atividade, porém, é «quase sempre mencionada como paralela» a deste.

Entre os Ambos existe a crença num ser quase igual a Deus, Nambalisita, criador de si mesmo, incapaz de destronar Kalunga, e este de O destronar.

Temos assim, e em resumo, que os povos bantos de Angola, os do Norte designam a Deus por Nzambi, os do Centro por Suku e os do Sul e Sudoeste por Kalunga. Nzambi insere-se na série de qualificativos que se aproximam do infinito kuamba (falar, agir); Kalunga vem do radical lunga (cujo l soa como r e provém do verbo Ku-lunga (construir,fazer)). (Kalunga-fabricar); e Saku traduz-se por O do Alto, O do Céu. Daqui se conclui que os povos de Angola, etimologicamente, têm de Deus um conceito de Criador, de Senhor do Céu.

Fonte: SANTOS, Eduardo. Religiões de Angola.

(*) Elizabeth B.Azevedo é graduada em Ciências Econômicas e pós-graduada em Matemática Financeira. Iniciada no candomblé em 1986, filha de Danguesu, neta de Saralandu, bisneta de Kianvulu e atualmente filha do Tumbalê Junçara-BA.

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segunda-feira, 8 de junho de 2020

SIMBOLOGIA DA PENEIRA NA CULTURA MACUA




História e Cultura: A Simbologia da Peneira na cultura Macua
Tata Ria Nkisi Otuajô(*)
Na cultura macua, alguns objetos, para além do seu caráter utilitário, assumem valores simbólicos que devem ser dominados por homens e mulheres, sendo os ritos de iniciação o momento privilegiado para essa aprendizagem. A peneira constitui um bom exemplo da riqueza simbólica que esta cultura encerra e que importa observar.
A cultura macua é ainda pouco conhecida e, no entanto, apresenta-se como bastante rica em termos da simbologia atribuída a muitos objetos diários. Neste trabalho quero dar a minha contribuição para os conhecimentos de alguns dos símbolos da peneira, a partir do que escutei e da realidade dos fatos conhecidos e observados nos ritos de iniciação. Não será, por isso, um trabalho exaustivo, mas um levantamento dos principais aspectos.

A peneira, denominada em macua ethekwa, é um utensílio feito de tiras de bambu colhido nos baixios. As canas são expostas ao sol, para secar, e dela são tiradas tiras, raspadas e alisadas nos nós, cortadas em função do tamanho que o artesão quiser. Começa-se por entrelaçar o fundo da peneira, terminando por fechá-lo com um arco de um pau especial, denominado muyepe, bem raspado. Em seguida, cose-se com um tipo de arbusto chamado mutho ou hururi.

A peneira é utilizada para vários fins, particularmente pela dona de casa. Ela serve para transportar, armazenar e conservar produtos agrícolas, frutos silvestres e outros alimentos. O nome vem, porém, da sua função de separar os grãos (que ficam nas bordas) da farinha já moída (que converge para o centro) de cereais como arroz, milho, mapira e mandioca. São, no entanto, sobretudo os usos e valores simbólicos que atribuem à peneira o lugar de relevo que ela ocupa na nossa cultura.

Na cultura macua, a peneira simboliza, antes de mais, estabilidade no lar. Toda a casa tem peneira. Sem ela, um lar torna-se dependente de outro, acreditando-se que a mulher passa, por isso, a estar dependente da vizinha. Lar e mulher estão, pois muito ligados à peneira, que simboliza início da vida, ritos de iniciação, o centro da terra. Alguns dizem ainda que a peneira simbolizava aves de rapina, como abutres, milhafres e outras.

Nos ritos de iniciação masculinos, todos os rapazes aprendem a fazer uma peneira, o que revela o seu papel central na estabilidade futura do seu lar. Este aconselhamento, olaquiwa, ensina os rapazes a colocar as primeiras tiras do meio do fundo da peneira, chamado “o centro da terra”. no final dos ritos, a peneira também está presente – no final da instrução, o mestre (nakano – conselheiro, em macua), coloca na peneira uma variedade de cereais, coloca-a na cabeça e começa a cantar, andando, seguido pelos rapazes, até a farinha desaparecer, o que marca o fim da cerimônia.

Nos ritos femininos, é ensinada a utilização da peneira como sinalização. Em vez de comunicarem verbalmente ao marido o seu período menstrual e a sua indisponibilidade, a mulher deve pegar a peneira e tapar um dos cântaros e atravessar por cima o remo (pau que amassa a caracata (farinha de mandioca)). Se iniciados, os maridos logo entendem. Uma determinada colocação da peneira em casa pode, ao contrário, simbolizar a disponibilidade sexual. Como iniciação à vida, o papel da peneira é também complexo. No interior, quando uma criança tem cerca de 30 dias de vida, é realizada a wakulelia muana.

Trata-se de dar banho á criança com medicamentos tradicionais, para ela poder sair de casa protegida. Depois desta cerimônia, o recém-nascido é colocado na peneira e lançado aos quatro pontos cardeais, autorizando-o, assim, a casar em qualquer dessas direções. No litoral, a criança é posta na peneira ao sétimo dia e passada três vezes das mãos de uma pessoa dentro de casa para outra fora de casa e vice-versa.

Depois de um banho de água misturada com medicamentos tradicionais, preparados no pilão, a criança está imunizada contra todos os espíritos. Se uma criança se atrasa nos primeiros passos, os pais solicitam ajuda ao cunhado, napwera (que significa aquele com quem o pai brinca). Este coloca a criança numa peneira e arrasta-a, dando voltas pela casa. Quando pára, dirige-lhe alguns nomes. Passados alguns dias, a criança começará infalivelmente a andar, com a pressão do movimento simbolizado pela peneira.

Se aparece ligada à vida, também está presente na morte, pois é da tradição que seja usada a peneira quer para abrir a cova da sepultura, quer para lançar a terra que a tapará.Os rituais de magia são outro dos campos em que está presente a peneira. Quando a mulher abandona o lar, os curandeiros oferecem medicamentos tradicionais ao marido, sivela (que significa gostar), que este deve colocar na peneira, processo que será repetido por três dias. No fim destes, o coração dela começa a palpitar duma forma anormal e surge o desejo de voltar a casa. É por tudo isto que o padrinho nunca se esquece de avisar o seu afilhado quando este prepara a sua vida de casado: “afilhado, não fez nada ainda, pois falta peneira”.A simbologia é, pois, para nós bem diferente da mentalidade ocidental, que concebe a peneira como a separação da fina flor, através de malhas cada vez mais apertadas, idéia aplicável às relações sociais ou às atividades pessoais.

FONTE: http://foreverpemba.blogspot.com/2005/04/cultura-macua.html