sábado, 23 de maio de 2020

ANGOLA - PRECURSORA DAS NAÇÕES


História e Cultura: Angola, percursora das nações
Tata Kisaba Kavinajé(*)

Conforme afirma Nei Lopes, em Bantu, Malês e Identidade Negra, a palavra Candomblé é de origem banta, tanto podendo derivar da aglutinação das vozes quimbundas KIANDOMBE (negro) e MBELE (casa) significando, talvez “casa de negros”, como pode ser resultado da fusão desse mesmo MBELE com o prefixo diminutivo KA mais o termo NDUMBE (principiante) para dar KA+NDUMBE+MBELE ou seja, “casa de principiantes, neófitos” ou, melhor “casa de iniciação”.
Esta é uma concepção brasileira e objetiva demonstrar, ainda que hipoteticamente, a anterioridade dos cultos bantu-brasileiros sobre o culto jêje-nagô dos orixás no Brasil, mesmo porque, historicamente, o primeiro templo conhecido dessa modalidade – a legendária Casa Branca do Engenho Velho ou Ilê Iya Nassô, em Salvador-BA – teria sido fundado apenas por volta de 1830.

E podemos sustentar o argumento -por que não? – de que, ao invés de terem emprestado sua teogonia e seus rituais aos Bantu, a tradição dos orixás jêje-nagôs, sim, é que, influenciada por estes, teria visto surgir de seu seio os chamados “candomblés de Angola” e “de Congo” com seus minkisi (do kikongo nkisi), tata (pai), kambondo, munzenzas, sambas, etc.

Não desejo aprofundar-me, mas, parece-nos claro que as INFLUÊNCIAS são marcas registradas e indiscutíveis quando o assunto em pauta é o Candomblé. E veja, estas remontam a períodos bem antigos da nossa história.

(*) Espedito Azevedo é filósofo, especialista em Administração Legislativa e Gerenciamento de Projetos. Iniciado por Jiboin d’Nzambi é hoje Tata Kisaba do Terreiro Tumbalê Junçara, dirigido por Tata Talamonakô.






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