quarta-feira, 26 de maio de 2021

NZAZI E HONGOLO

Divindades: Nzazi e Hongolo A disputa entre Nzazi e o Arco-Íris Mito dos Yombes  Tradução livre do Prof. Dr. Sérgio Paulo Adolfo(*) Um dia, Mbumba, o arco-íris, deixa sua caverna na beira da água e sobe ao céu, onde vive Nzazi,o raio. Juntos constroem uma cidade e Nzazi que é o chefe do céu, propôs confiar a chefia da cidade a Mbumba, mas este não aceitou e volta à terra. Aqui chegando, se joga na água, mas duas mulheres que estavam no rio pescando, haviam fechado a caverna que servia de morada para Mbumba. Mbumba fica muito bravo, e as mulheres tentam matá-lo, mas na disputa ele arranca o dedo de uma e assombra a outra em forma de uma serpente que deixara a água vermelha, fazendo com isso que todas as mulheres se evadissem do local. Após isso, Mbumba volta para o céu e lá chegando, percebe que Nzazi teria vindo pra terra a fim de matar seis homens. Nzazi não demora a voltar e quando retorna, saúda Mbumba com um ar zombeteiro. Mbumba reconhece que Nzazi é o dono do céu e lhe oferece um escravo, mas ajuíza que se Nzazi matá-lo haverá uma grande chuva torrencial. Nzazi não leva a sério as palavras de Mbumba e esbofeteia o escravo que se põe a chorar. Mbumba retorna à terra e procura seu amigo Phulu Bunzi que é o Senhor da água. Ele pede a Phulu Bunzi que mate Nzazi. Phulu Bunzi então sai da água com um grande aparato real e convoca Nzazi para um procedimento mágico. Desde que Phulu Bunzi saiu da água a terra inundou-se. Phulu Bunzi então estabelece uma disputa com o arco-íris e conclui um pacto de amizade com Nzazi que volta para o céu. Após isto feito, Phulu Bunzi espera o Arco-Íris em sua cidade e se despede do mesmo num dia de muita chuva, e ao mergulhar no rio, que é sua casa, percebe que seu filho está morto, mas o Arco-Iris diz a ele que, se o mesmo render-se a ele e lhe pagar uma reparação, o menino se salvará.. Phulu Bunzi não tendo como cumprir a exigência, decepa a cabeça de Mbumba, o Arco-Íris, e manda enterrar seu corpo próximo a paliçada e espetar sua cabeça sangrenta no mastro mais alto. Este mito, refere-se a sazonalidade das chuvas e das estações secas. Interessante notar que é um mito ligado ao povo Kongo, por isso, estou quase certo, que encontraremos novos mitos referentes aos Mikisi, se procuramos no fabulário congolês. Fonte:L’arc-em.ciel et La foudre – pág. 57/58 M3 – Yombe Iteusch, Lui de. Lê Roi Ivre ou L’origine de l’etat. Lês essais CLXXIII, Gallimard, 1972 (*) Prof. Dr. Sérgio Paulo Adolfo é formado em letras, mestrado em Literatura afro-brasileira, doutorado em literaturas africanas de língua portuguesa. Pesquisador de cultura bantu e afro-brasileira. Livros e artigos publicados. Compartilhe isso:

Nenhum comentário:

Postar um comentário