sexta-feira, 2 de setembro de 2011

IANSÃ, ORIXÁ DOS RAIOS E TEMPESTADES

     Iansã é a divindade do rio Niger. Sua figura guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do panteão mitológico africano, se aproximando mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está sempre presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de riscos e de aventura. Enfim, está sempre longe do lar. Nas cerimonias de cultos afro-brasileiros, Iansã é a primeira divindade feminina a surgir.
     Seu nome vem do Iorubá Iyá Mesan (a mãe dos nove filhos). Iansã simboliza o aspecto guerreiro e protetor da mãe divina.
     É extremamente sensual, apaixona-se com frequência e a multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim, nada nela é medíocre, regular e discreto. Suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos , seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o orixá do arrebatamento , da paixão.
     Foi esposa de Ogun e, posteriormente, a mais importante esposa de Xangô. É irrequieta, autoritária, mas sensual, de temperamento muito forte, dominador e impetuoso. É dona dos movimentos (movimenta todos os orixás). Em algumas nações religiosas é a dona do teto da casa, do Ilê.
     Iansã é senhora dos Eguns (espíritos dos mortos), os quais controla  com um rabo de cavalo chamado Eruexim-seu instrumento litúrgico durante as festas, uma chibata feita de rabo de cavalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluayê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo.
     Deusa da espada do fogo, dona da paixão, da provocação e do ciúme. Rege o amor forte e violento.
     Nas cerimonias da umbanda e candomblé, quando incorpora em seus filhos, Iansã surge como autêntica guerreira, brandindo sua espada, e ao mesmo tempo, feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor sua alegria contagiante da mesma forma desmedida com que exterioriza sua cólera.

     Filiação - Iemanjá e Oxalá
     Elemento - vento, tempestade, fogo
     Domínio - ventania, temporal, bambuzal, afastamento de Eguns
     Símbolos - chicote, raio-zambembe, espada curta, raio
     Cores - branco, laranja, vermelho coral, amarelo, marrom avermelhado
     Dia da semana - quarta-feira
     Pedra - quartzo rosa
     Metal - cobre
     Plantas - sensitiva, espada de iansã, bambu, periquitinho
     Animais - borboleta, galinha amarela, cabra de segunda cria amarelada ou preto com branco
     Bebidas - espumante, aloá
     Comida - feijão fradinho, farinha de arroz no dendê e acarajé, bobó, xinxim, vatapá, pirão, manga rosa, bolo de batata-doce,feijão miúdo temperado e amalá de 14 quiabos
     Local de oferendas - gramados, junto as pedreiras, pé das pitangueiras, e algumas vezes no bambuzal, nas cachoeiras
     Saudação - epa hei, epahei oyá

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