quarta-feira, 14 de março de 2012

ORIXÁ XANGÔ

                                                            XANGÔ,OBÁ,KÒSO
     Xangô, como todos os outros imolés (orixás e Éboras), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.
     Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó (rei de Oyó), o mais poderoso império Iorubá. Filho de Oranian e Torosí, a filha de Elempê, rei dos Tapás, Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se mais tarde em Kòso (Kosô).onde os habitantes não o aceitaram devido ao seu caráter violento e imperioso;mas ele conseguiu, finalmente impor-se pela força. Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se a Oyó, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kòso.Conservou assim o título de Obá Kòso, que, com o passar do tempo, veio a fazer parte de seu oriki.
     Dadá-Ajaká, filho mais velho de Oranian, irmão consangüineo de Xangô, reinava então em Oyó. Ele amava as crianças, a beleza e as artes; de caráter calmo e pacífico, não tinha a energia  que se exigia de um verdadeiro chefe dessa época. Xangô o destronou e Dadá-Ajaká exilou-se em Igboho, durante os sete anos de reinado do seu meio irmão, teve que se contentar em usar uma coroa de búzios chamada Adé de Baáyani. Depois que Xangô deixou Oyó, Dadá -Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se agora valente e guerreiro, voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô, atacando os Tapás.
     Depois de sua morte, Xangô foi divinizado, como era comum acontecer com os grandes reis e heróis daquele tempo e lugar, e seu culto passou a ser o mais importante da sua cidade, a ponto de o rei de Oyó, a partir daí ser o seu primeiro sacerdote.
 

     Xangô nasce do poder e morre em nome do poder, rei absoluto, forte e imbatível.
     É um orixá de fogo. Por sua origem real, Xangô é o senhor da justiça. Ele é também conquistador, possui três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum que era casada com Oxóssi; e Yansã, esposa dedicada e forte guerreira, que precede o marido nas batalhas. Por ser dona dos raios, Yansã deu o fogo ao seu amado Xangô, que passou a comandar as forças da natureza que se caracterizam pela violência: o trovão, o raio (o fogo sobre natural do céu) e as pedras do céu (os meteoritos).
     Xangô é um orixá temido e respeitado, é viril e violento, vaidoso e justiceiro, sempre castigando os ladrões e malfeitores. Por este motivo, se diz que quem teve morte por raio, ou sua casa ou negócio queimado por fogo, foi vítima da ira ou cólera de Xangô.
     Nos segmentos do Candomblé com origem em terras Iorubanas, Xangô tem grande importância, esta representada pelo seu instrumento sagrado chamado Xeré, (chocalho ritual de invocação e saudação a Xangô), que é tratado e visto com grande respeito por qualquer Aborixá (adorador de orixá).
     O axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, indicando que o poder de Xangô corta em duas direções opostas. Numa  disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada.

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